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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Chamando atenção

 



Já era início da noite, eu tinha voltado da escola Nossa  Senhora de Fátima, liguei a rádio para escutar o programa do palhaço Carequinha, quando de repente, corri para cozinha, onde minha mãe estava ocupada com os afazeres domésticos. 

   Cheguei perto dela e falei:

   — Mãe, estou com vontade de apanhar.

   Ela respondeu com toda paciência:

   — Minha filha, você não fez nada, como quer que eu bata em você?

    Ela continuou preparando o café, o cuscuz e uma sopa deliciosa. Eu então, insisti:

   — Mãe, estou com vontade de apanhar. Eu quero apanhar!

    Ela, com toda paciência do mundo, respondia o de sempre, mas eu insistia dizendo:

   — Eu quero apanhar! Eu quero apanhar!

    Comecei a chorar e batendo as pernas... Como paciência tem limite, a da minha mãe se esgotou e pegando a chinela falou:

   — Quer apanhar? Pois tome!

   E me deu umas boas chineladas. 

   Hoje eu entendo que tudo que eu queria naquele momento, era chamar a atenção da minha mãe que sempre estava ocupada com tantos filhos, não podia dar atenção toda hora. Eu deveria ter uns 6 anos. Aquela criança só estava querendo o colo da mãe, disputado por catorze filhos.

    Só uma grande mãe como a minha, poderia dar conta de tantos e de todos. Sou muito grata por tanta dedicação e amor e por ter tido uma mãe tão maravilhosa.

   Hoje, ela é uma estrela no céu, iluminando nossa caminhada.

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